quarta-feira, 14 de julho de 2010

Mercúrio

Se tu achas que me conhece, sinto muito amor, nem mesmo o céu é capaz de saber o que se passa no vácuo persistente em meu peito latente. Se as estrelas vibrassem e cantarolassem a música áurea que circundo o universo talvez eu pudesse entender o que se passa envolto aos meus pensamentos. Ou quem sabe seja esse o problema, o fato de o céu não se encontrar com a terra? Haveria mais motivos para tantos questionamentos e anseios guardados naquele que chora perdido em meio ao precipício?

Não faço ideia do que tu pensas acerca de cometas em queda, de tanta seca ao solo e de tanto tempo desperdiçado. Não quero entender o que se passa ao leito do rio que deságua no mar ou das sementes que germinam a bela rosa azul perfumada...]

Com que objetivos eu me paro a pensar o motivo pelo qual tu te unes a mim nessa dança surpreendentemente carnal e longínqua, em que dois corpos são menores que os astros ou que as raízes que te envolvem em sentimentos vagos e perenes?

Não quero saber, não preciso mais questionar e espero de você que não cobres muito de ti, tampouco de mim. Eu igualmente farei, afinal, és insignificante perante Mercúrio.